Do INVISível:
a imagem da doença que não conseguimos ver
O livro “Do Invisível: a imagem da doença que não conseguimos ver” do jovem antropólogo indígena Mbo´esara Esãîã Tremembé, foi criado no calor dos acontecimentos. Trata-se de uma História em Quadrinhos elaborada pelo autor como trabalho final do curso Vida, Política e Pandemia: Olhares Antropológicos, durante seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia.
O HQ de Mbo´esara nos brinda com uma etnografia experimental que se fez por meio de diálogos Yanomami ao redor da pandemia do coronavírus e da proliferação da doença da COVID 19. Este exercício inventivo e criativo do autor foi possível por sua experiência intensa de uma trajetória marcada por sua vida enquanto indigena Tremembé que se coloca frente a outro povo indígena para realizar uma conversação simétrica entre ontoepistemologias. O resultado deste encontro é esta obra bela e singular para o leitor da antropologia e de outros mundos sobre a cosmopolítica Yanomami.
Thiago Mota Cardoso
Autoria
Mbo´esara Esãîã Tremembé
Diagramação
Anderson Rodrigues
Revisão
Thiago Mota Cardoso
Anderson Rodrigues
Sou Mbo’esara Esãîã Tremembé, indígena da etnia Tremembé, nasci em Camocim litoral do Estado do Ceará, divisa com Piauí. Em 2002 viajei para Recife, Pernambuco, e lá me graduei em Licenciatura Plena em Filosofia. Em 2007, sai de Pernambuco e viajei para o Estado do Amazonas para trabalhar na área indígena yanomami do Rio Maruiá, a convite dos Salesianos, para trabalhar na educação diferenciada. Ai entre os yanomami, aprendi a língua, os rituais, os costumes e os cantos, a ver o mundo com outros olhos. Meus olhar acostumado a imensidão do oceano atlatico agora contempla a vastidão verde da floresta amazônica. Em 2008 ingressei no Mestrado do PPGAS (programa de pós-graduação em Antropologia Social da UFAM) realizando a defesa de mestrado sobre Mito e Ethos em 2010. Depois do mestrado voltei a área yanomami para trabalhar com a educação e formação dos monitores yanomami (que hoje já professores). Depois de um longo período afastado das atividades acadêmicas, cursei uma especialização em Neuropsicopedagogia. Retornei ao PPGAS ingressando no doutorado em 2019 a qual está em andamento. A pandemia veio em 2020 e com ela novas formas de lidar com o fazer antropológico, desafiando-nos a novas abordagens e novas cosmovisões.